Com a ESA, os ganhos serão visíveis não só à economia

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Sob a esteira dos desdobramentos da Escola de Sargentos das Armas (ESA), a vinda para Santa Maria, se confirmada, desencadeará o começo de um novo momento à economia do município. Em o endereço sendo o Rio Grande do Sul, as duas grandes escolas de formação de sargentos - a de Três Corações (MG), voltada a sargentos combatentes; e a do Rio de Janeiro, para sargentos de logística - estarão concentradas em uma mesma escola, a chamada nova ESA.

Alicerçada nas áreas do comércio e serviços, a força produtiva local sabe que a confirmação do investimento militar, por parte do Exército Brasileiro (EB), ensejará um sem-número de ganho para a tão esperada diversificação da matriz econômica do município.

O impulso que faltava ao polo de defesa

Historicamente, ao longo das últimas décadas, os setores do comércio e dos serviços representam, juntos, em Santa Maria por 70% a 80% da força de trabalho empregada atualmente no município, de acordo com o poder público. De acordo com a Fundação de Economia e Estatística do Estado (FEE) - que foi extinta em 2018 -, o Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Maria girava em R$ 6,5 bilhões. Deste valor, R$ 4,9 bilhões foram movimentados pelo comércio e serviços. Os números por si só dão uma dimensão da importância desses dois setores que representam mais de 80% do PIB do município. Acontece que ao se observar somente o aspecto econômico, a chamada "nova ESA" traz consigo números que, para as próximas décadas, dão dimensão do que Santa Maria pode ter em um horizonte muito próximo: um novo ciclo econômico que beneficiaria a todos.

Na visita final, união e demonstração de força impressionam o comandante do Exército

Desde 2020, quando o município passou a figurar entre os 16 municípios listados pelo Exército como possíveis endereços para receber o mega complexo militar, a prefeitura de Santa Maria deu início ao levantamento e às projeções do que a cidade poderia ter de acréscimo ao caixa do Executivo municipal. O fator pandemia, que devastou a economia dos municípios, também é observado.

RECURSOS
Ao contabilizar os 2,2 mil alunos, que irão se formar na ESA, Santa Maria teria um ganho, por ano, de mais de R$ 250 milhões com salários dos militares. Os valores ficam ainda maiores se contabilizados os salários - de militares da ativa e da inativa - que chegam a R$ 450 milhões.

A injeção de recursos, de acordo com a 3ª Divisão de Exército (3ª DE), prevê o emprego de mais de R$ 100 milhões por ano com as compras de suprimentos e contratação de serviços.

COMBINAÇÃO
Santa Maria, nos últimos anos, tem viabilizado várias frentes de trabalho na área da defesa. Foi assim que há sete anos surgiu o Arranjo Produtivo Local (APL) para o setor. O objetivo é que o APL atue em segmentos como desenvolvimento de sistemas, simuladores, tecnologias, defesa, entre outros. O município é referência em simulação de combate das Forças Armadas do Sul do país. Em 2016, por exemplo, foi ativado o simulador de apoio de fogo, no Centro de Adestramento e Avaliação Sul, que foi construído no Centro de Instrução de Blindados de Santa Maria.

A DIMENSÃO DO INVESTIMENTO
O Exército e os números da economia local:

• A ESA, se vier para Santa Maria, representará um aporte de R$ 1,2 bilhão na economia local
• O valor contabiliza, ao todo, a construção de mais de 40 prédios
• A estrutura, uma vez feita, prevê ainda uma nova vila militar (no Bairro Caturrita)
• A escola terá de cinco a 10 anos para se instalar em Santa Maria
• Além disso, a prefeitura projeta um acréscimo de R$ 250 milhões na receita do município com os salários dos 2,2 mil alunos da ESA
• Todos os anos, os salários, com militares da ativa e da inativa, somam a cifra de R$ 460 milhões na economia da cidade
• O Exército ainda emprega mais de R$ 110 milhões, atualmente, com as compras de suprimentos e contratação de serviços